Vou á Suíça 
comprar um chocolate... 

Já tinha avisado uns amigos, que um dia de folga iria sair de manhã é ia à Suíça comprar um chocolate.
Eles perguntaram:
Vais de autocarro?
Vamos contigo.
Eu apressei-me a responder:
De autocarro? Não, vou a correr.
Rapidamente me chamaram de doido.
Era Dezembro, neve, e frio era a altura exata.
Eis que chegou a folga. No dia anterior tinha, preparado todo o material e estudado o trajeto a fundo, pois ia entrar em terras desconhecidas por mim. O tempo que ia apanhar era um pouco inserto, seria uma aventura, mas com um certo risco.
Pelas 7 horas pôs-me na estrada em direção à Suíça. O trajeto estava trançado e seguia de aldeia em aldeia, orientado por um mapa no GPS que levava comigo.
Eis que recebo um chamada no meu telemóvel. O amigo Telmo, a perguntar por onde andava. Um companheiro, um grande amigo que fiz nesta minha aventura de trabalho na PSA em Sochaux. Respondi-lhe, "amigo estou já na zona industrial de Étupes, vou a caminho da fronteira da Suíça, como te disse. Vamos falando."
Passado 3 horas de corrida chego à fronteira da Suíça.



A aventura estava a decorrer como tinha planeado. Sigo por terras de Suíça, para mais a norte passar uma ponte e voltar a entrar na França novamente.





A rota de regresso não seria a mesma. O caudal do Rio era forte e galga a as margens deste. Com o meu pouco francês, lá me entendi com um pessoa que ali passava. Ela disse que era um rico muito grande passar na ponte que pretendia, possivelmente estaria submersa com as cheias. Tinha que fazer opções, arriscar correr 5 Km para chegar à ponte e a possibilidade de voltar para trás. Teria um atraso enorme referente ao plano que estava planeado. Optei por voltar à fronteira pelo caminho que tinha, feito. Chegando à fronteira, percorri mais uns quilômetros e apanhei uma estrada em direção ao trajeto que tinha planeado. Já em terras de França, lá cheguei à aldeia que tinha planeado passar.
Aqui a coisa complicou-se.
Tinha acabado de falar com o amigo Telmo e acabado de descer uma serra.
Tento informar-me, para seguir caminho, pois o GPS parecia estar doido, e eu não encontrava o caminho planeado. Todos me deram a indicação para subir a serra novamente e depois segui em direção a uma aldeia. Subir até ao topo da serra era o que eu não queria ouvir. Sem mais soluções, comecei a subir a serra e ao telemóvel com outro amigo. Final tinha chegado o topo da serra novamente. Segui indicações, até uma aldeia.
A ansiedade de ver a placa da aldeia era tanta que parecia uma eternidade ver a estrada parecendo que me estava a levar para o infinito. Assim que avistei a placa de direção para a aldeia fiquei mais aliviado.
Ingeria barras e água, para ganhar mais força. Aqui não seria preciso pernas, mas sim a mente.
O trabalho mental tem uma grande influencia para podermos alcançar algo mais. Segui... Cheguei à aldeia.
Aqui fiz um novo avaliar do trajeto assim como das horas de corrida que tinha pela frente. Continuei... Estava perto de  Audincourt onde ponderava para esta aventura e ir o McDonald's comer um hambúrguer.


Passado algum tempo lá estava eu a sentado à comer um belo hambúrguer e um ótimo gelado.


Mas ainda estava a 4 kms do hotel, e aqui estava planeado ir de autocarro, uma vez que já tinha arrefecido os músculos. Sigo para a paragem do autocarro, e ligo ao amigo Telmo, que já me tinha dito que havia greve dos autocarros. Mesmo assim esperei, mas autocarros, nada. A opção era mesmo seguir com as minhas pernas. A noite já estava a cair. Com muita força de vontade e sem solução, segui em caminhada, tentava aquecer os músculos, resistir à dor. Mas depressa começo a correr, e dou por mim a chegar ao hotel.
Tinha aqui finalmente acabado uma aventura.

Pois, e o chocolate? Acabei por não o comprar...
Terei que ir novamente à Suíça.


Trail Des Ducs

Como estava em Montbéliard em trabalho, aproveitei para fazer um treino de trail.

Numa tarde que corria vi um cartaz que fazia publicidade ao trail des ducs. Tentei inscreve - me mas a exigência de certificado médico é o facto de estar próximo da data do evento impossibilitou a minha inscrição. 

O dia da prova chegou, e nesse domingo levantei e vesti o equipamento de trail como habitualmente faço. Desci do quarto e dirigi-me a tomar o pequeno almoço. Conversei com uns amigos e trabalhadoras do hotel e segui até ao centro de Montbéliard. Fiz um corrida de 6 kms em forma de aquecimento e estava no evento. 
Iria ver a partida e depois fazer o meu treino. Mas o bichinho do trail e de aventura foi mais forte que eu próprio. Enquanto tirava fotos ao início da partida das provas e caminhada nórdica, eis que iniciou a partida. 

Eu então decidi iniciar o meu treino. Segui pelo parque, por onde decorria as provas. Nisto dou comigo a segui o trajeto da prova. Bom, segui o mais atrasados, tirava fotos e corria.
Comecei a ultrapassar alguns atletas e de repente estava integrado na prova.




Continuei, desfrute o prazer daquela natureza e da prova em si. Passei pelos locais emblemáticos da prova com fosse um atleta da prova.










Desfrutei ao máximo da prova, e ao chegar à meta, não cruzei a meta.





Metros antes de chegar à meta as pessoas aplaudiam os atletas e eu passei por entre a população, desviando-me da meta. Algumas pessoas fixaram o olhar em mim, pensando, o que se passou. Outras ficaram incrédulas.
Segui em passo de corrida em direção ao hotel, pois a hora de almoço aproximava-se. Tinha pela frente mais uns 6 kms.

Foi uma aventura em terras de França, que ficou para a vida.
UTAX



UTAX - Ultra Trail Aldeias do Xisto é uma prova de trailrunning com 110 km. Mas há também o Trail Serra da Lousã, Trail do Xisto, uma prova de iniciação do Trail, uma caminhada, e 2 provas de forte cariz social, o AXtrail Kids e o AXtrail da Inclusão. 


É desde há muito a Aldeia do Xisto da Serra da Lousã que tem dado mais visibilidade e carisma ao conjunto. Pela sua dimensão e disposição, mas também pelos muitos pormenores das recuperações das suas casas. E também pela forma como a aldeia nos seduz pela boca. 
A fonte e o tanque emitem a melodia que acompanha a nossa visita. As casas decoram-se com os ramos das videiras. 

A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto.

A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto. 
Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico da Serra da Lousã e embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam veados, corços, javalis e muitas outras espécies. Aqui reina a Natureza, sensível, que pede respeito. Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e de desportos ativos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo xistoso, naturalmente, como as árvores. 

O percurso evolui em grande parte nas encostas da Serra da Lousã e faz a ligação do Castelo da Lousã e Santuário de Nossa Senhora da Piedade e das mais emblemáticas Aldeias do Xisto desta serra: o Talasnal, o Casal Novo e o Candal. 

É igualmente uma viagem no tempo, pois ao fazê-lo repetimos os passos que os antigos habitantes destas aldeias serranas davam nos únicos acessos que tinham para descer à vila da Lousã. 

O percurso é enquadrado quase sempre por vegetação e relativamente protegido em todas as estações do ano. 

Ainda deu para o mais pequeno desfrutar da passadeira vermelha, enquanto esperava que outros atletas chegassem.


 Uma prova dura mas com um final reconfortante. 



A organização tinha a disposição insuflável para as crianças e no levantamento do dorsal uma árvore para plantar na floresta.


Uma excelente organização.