Uma caminhada única...
Na Vila do Espinhal, este dia foi para descansar e “expulsar” a fadiga do stress. A beleza sem par, em toda a freguesia, orgulho dos espinhalenses e dos penelenses, uma dádiva de Deus à nossa terra, semeando nela incontáveis maravilhas naturais, a que se associa o incomensurável património cultural inserto no maior e mais imponente templo da região, acrescido das quintas e palácios brasonados até às centenárias capelas, tradições, festas, costumes, Filarmónica, gastronomia e extraordinário centro histórico, constituem incentivo e estímulo para a nossa presença, dos conterrâneos e turistas nacionais e estrangeiros neste paraíso real, coração e alma do concelho de Penela.

Como amantes do geocaching rumamos a mais uma aventura para os lados da Lousã, mas como o tempo não convidava a escaladas, e os pingos de chuva já se faziam sentir no vidro do carro, alteramos a nossa rota.

O GPS fez-nos chegar á maravilhosa Cascata da Pedra da Ferida, da qual não tínhamos qualquer conhecimento.

A Cascata é uma pérola da Natureza, tal a força criativa que dela se desprende, tal a mística do bosque que a moldura. Um local que nem todos, infelizmente, respeitam, violando os valores ali existentes, como tivemos oportunidade de ver. Os vândalos ainda permanecem activos, decepando loureiros, azevinhos, fetos gigantes, ramos de castanheiros, matando lesmas, partindo bens úteis ao visitante. O caminho, felizmente, dificulta o acesso pela rudeza dos acidentes naturais e impede o automóvel de lá chegar, se não …

Para a visita é obrigatório partir da Vila do Espinhal. No percurso acontece o deslumbramento pela diversidade encantadora que se projecta a todo o momento. Desde o silêncio de ouro apenas interrompido pelo sussurro da água da Ribeira da Azenha e canto das aves, até à frescura das sombras e imponência das escarpas, ao esqueleto das velhas azenhas e pisões, ao saltar dos gafanhotos e danças das libelinhas, às seculares e diferentes espécies arborícolas e a outras riquezas que a sensibilidade de cada pessoa sabe encontrar e usufruir. E, depois de ultrapassar os obstáculos naturais, atravessar a ribeira, “descobrir” as trutas e beber a fulgurância deste bosque sagrado, de repente, surge imponente e sedutora, misto de surpresa e admiração, a queda de água que se derrama, impetuosa, da altura de 32 metros, tendo construído um enorme poço e edificando outro mais pequeno. É o prazer espiritual, a sofreguidão de ser “baptizado” nas suas águas. O tempo esquece-se. Estamos no paraíso real.
Depois o regresso, mais difícil, pela verticalidade do estreito e improvisado caminho, que os burros dos moleiros planearam para chegar aos moinhos, carregando os donos e o cereal, e que o clima de anos foi tornando mais difícil, quando os burros e os moleiros abandonaram as azenhas e os moinhos devido à era da tecnologia. Mas, ao chegar ao sopé do bosque, um parque com mesas e cadeiras permite recuperar as forças.
Por fim chegamos a carro, e não apanhamos um verdadeiro temporal que chegou.
Uma só palavra para descrever este dia, MARAVILOSO…

A qui fica a caminha até á verdadeira pérola da Natureza.

Fantástico...